domingo, 23 de janeiro de 2011


Tive um sonho lindo! Um sonho onde você segurou na minha mão e algo mágico aconteceu! Não sei se foi o mar ou o vinho, mas me vi completamente enfeitiçada por você. É eu sei, foi um sonho que ainda sonho sem querer acordar. Diga-me porque não percebi o seu sorriso antes?Diga-me porque em meio tantos encontros nos desencontramos dessa maneira?Penso em o quanto as histórias de nossas vidas já tiveram tão próximas. Fazendo parte do mesmo capítulo e não nos víamos.





sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Surpresas e mudanças


 Muito envolvida por um sentimento de amor construí esse espaço “O AMOR LIBERTA.”
Escrevo entrelinhas e de forma discreta, pois o prazer que me move em escrever neste espaço virtual é imaginar que quem está lendo é sensível o bastante para compreender o que está além das palavras.
Tudo na minha vida é muito rápido os acontecimentos são inesperados. Já dizia a música “o tempo não para.” E não para mesmo. Vivo um novo momento.
Hoje quero dizer de forma simples, mas ainda poética que estou feliz, leve e tranqüila.
Amo amar. Sou uma eterna apaixonada pela vida, pelas pessoas enfim por tudo o que Deus criou na sua imensa sabedoria.
Moura; Renatarte

O Príncipe (você) e a Raposa (eu)

A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! – disse ela.
- Eu até gostaria – disse o principezinho –, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
– Que é preciso fazer? – perguntou o pequeno príncipe.
– É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, às quatros da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mas eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!
Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
(Trecho do livro O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry)

O pequeno Príncipe

O principezinho começou a duvidar de sua flor. Ficou entristecido, embora fosse sincero o seu sentimento. Teve grande vontade de partir. Preparou tudo. Conheceria outros planetas.

Na despedida, a flor disse que o amava e dispensou a redoma e os outros cuidados. Dizendo:-“É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me? Tu estarás longe... Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho as minhas garras. Disse-lhe adeus, mas não chorou. Ela era muito orgulhosa

Desiludido deixa a sua flor de lado e segue em uma viajem em prol de vôos maiores. Na jornada que o levou ao planeta Terra ele também adquiriu experiência.

Ele viaja pela compreensão dos mundos ao seu redor, dos sentimentos, etc. Porém a flor era a lembrança mais marcante do seu passado.

“Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. (...) Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.”

Mais tarde, enquanto visitava outros planetas, o príncipe conheceu um geógrafo, que morava num dos planetas visitados pelo pequeno príncipe, explicou-lhe o significado da palavra “efêmera”. Ele então entendeu que sua flor era efêmera, que estava ameaçada de desaparecer, e que a tinha deixado sozinha.

'Minha flor está ameaçada de desaparecer brevemente?'
'Minha flor é efêmera', pensou o pequeno príncipe, 'e não tem mais que quatro espinhos para defender-se do mundo! E eu a deixei sozinha!'

Ao encontrar a raposa ele aprende o valor de cativar e ser cativado e percebendo que isso requer responsabilidade:

Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O AMOR - Carlos Drummond de Andrade

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.
Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

A razão da vida/ parte2

Quando criança na escola, aprendi que o ciclo da vida é nascer, crescer, reproduzir e morrer. Tão simples e fácil assimilar aquele conhecimento escrito no quadro. A professora explicava que nascer era o ato de vir ao mundo, sair do ventre materno. Crescer era a transformação do corpo até a maturidade da reprodução para o surgimento de outros ciclos vitais, quando tais etapas se concluíssem morreríamos.

Porém, caro leitor, ao vivenciar a trajetória desse ciclo perceber-se que entre a definição simples ensinada nas escolas há uma complexidade subjetiva da história de cada existência.

A existência não se define pela matéria e nem em um ciclo que se inicia e se finda. Ela é contínua, porém as etapas dessa existência nos encontramos e desencontramos .

Concluo então que a grande razão da vida está em cada instante, como se aquele instante fosse o último de vários outros instantes da nossa jornada existencial.

A jornada existencial é eterna apenas vivamos pela razão de viver amando a vida e todo o processo que ela nós traz, mesmo no momento da partida para o desconhecido.

Moura; Renatarte

In memória a Manoela Gomes que seguiu a sua jornada existencial no dia 18/01/2011

(Minha vovó )

domingo, 16 de janeiro de 2011

A razão da vida / parte I

No dia quinze de janeiro de 2011 entro em um hospital com destino ao corredor da UTI, tentando a sorte de poder ver uma das pessoas mais importantes da minha vida. Peço humildemente a enfermeira para apenas dar uma olhadinha mesmo que de longe. A enfermeira compadecida da minha aflição concede-me a visita. Percorro os leitos e já quase irreconhecível vejo aquela senhora de cabelos branco e franzina que com noventa e dois anos luta pela vida. Aproximo-me seguro em sua mão e com a incerteza de ser ouvida digo:

_ Vovó?!

Com a voz abafada devido vários aparelhos monitorando sua respiração e com um olhar distante ela responde segurando minha mão:

_ Estou morrendo.

Não soube o que dizer, não havia o que dizer por mais que eu tentasse não conseguia organizar nenhuma frase que pudesse contrariar a sua afirmação.

Então a emoção falou por mim:

_ Vovó eu te amo!

Aproximei meu rosto do dela, quando ouvi um sussurro:

_ Eu também te amo!

Antes que as lágrimas rolassem em meu rosto me afastei.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Para amar um artista

"Para se amar um artista tem que saber ser livre. Não falo do amor livre, aquele desvairado em que nada importa, em que corpos e bocas diversas fazem parte de tudo sem mesmo fazer parte de nada. Não é desse que falo. Absolutamente também não falo de amor livre desses que quase já não há amor. Aquele que as pessoas fingem se amar, fingem se importar mas na verdade não. Olham para o lado sempre a procura de algo melhor e sofrem por dentro por não saber o que procurar. Não é desse amor que falo. Na verdade nem quero dizer nada sobre amor livre. Não é o amor que deve ser livre.
Nós temos que ser livres. E ser livre não significa ser rebelde, adverso, descompromissado ou desinteressado. Ser livre não significa fazer o que acha que deveria para parecer independente. Ser livre não significa agir inconsequentemente sem se preocupar com o que o outro sente, com o que o outro pensa, com que o outro precisa. Ser livre não é estar ausente.
Aliás, acho que esse é um dos maiores desafios da liberdade: estar presente. Porque pra você ser livre você tem que entender o mundo, a diversidade dos sentimentos, a diversidade de pessoas, a diversidade de idéias e opiniões. Você tem que fazer suas escolhas sem ferir as alheias, sem prender, sem forçar, sem dominar.
Ser livre não é estar no topo, é estar. Apenas. E pra se amar de verdade um artista é preciso entender que nada é o que parece, que as coisas mudam e quem nem sempre dão certo. É preciso entender que sonhos podem virar realidade - nem que seja somente na ponta do lápis - mas que nem sempre esses sonhos são reais. Podem ser só sonhos do artista. É preciso entender que as horas passam, os dias passam, os anos passam e ele vai estar sempre lá, apaixonado pelo trabalho (que vai ser o único amante verdadeiro se sua vida).
Por esse motivo o artista ama seu trabalho: porque é livre. Para se amar um artista é preciso olhar com atenção e se deixar ser olhado. É preciso estar só e deixar só - sem realmente estar em ambos os momentos. É preciso criar: rotinas dentro do caos, novas histórias dentro da história, motivos pra amar, espaços pra viver.
É estar lá e saber que o artista também vai estar. É sentir e saber que o artista também vai sentir. É amar e saber que o artista também vai amar. Sem necessariamente ele ter que provar isso a todo momento. As provas de amor de um artista vêm através de sua arte. O quanto mais ele ama, mais ele se sente criador.
Não que o artista não crie também quando está triste ou desamado - mas aí é quando o amor próprio fala.
Ele às vezes vai parecer distante, às vezes vai parecer frio, às vezes vai parecer triste - e não vai ser por sua causa. O artista sofre, sozinho, de sua própria criação.
Ele às vezes vai parecer animado, às vezes vai parecer eufórico, às vezes vai parecer feliz. Aproveite sempre esses momentos com ele. Mas não quero dizer com tudo isso que amar um artista é uma entrega solitária. Ele também vai te amar, e te agradar, e te respeitar: se você for livre.
Livre pra amar seu jeito desconexo. Livre pra entender suas ausências. Livre pra admirar suas criações. Livre pra controlar o ciúmes. Livre pra se ausentar sem jogos. Livre pra viver sem amarras. Livre pra amar sem medo. Livre sem medo de ser amado da forma que ele souber amar. Para se amar um artista tem que se entender que o amor é livre, sem necessariamente ser o amor livre desvairado ou o amor livre desinteressado.
O amor é livre pois é pessoal, individual e intransferível. É variável dentro de uma mesma forma e simples o suficiente para assustar. Para se amar um artista tem que saber que não importa o que acontecer, se você for digno de receber amor - qualquer tipo de amor - ele será seu. Inevitávelmente. Pode parecer complicado, muitas regras, muitos problemas... mas não, não é assim.
A grande questão que você precisa saber responder para saber se pode ou não amar um artista é: Você sabe ser livre? Se a resposta for não, eu sinto muito. Se a resposta for sim, então apenas te informo que, se você for realmente livre, o artista te amará antes que você o ame - e não há como não amar um artista apaixonado."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Janela Verde

Chego apressada para te encontrar...

Tomo um banho, me arrumo com toda a vaidade de uma amante e olhando no espelho vejo a ansiedade em pessoa.

“Será que ele está lá?”

Entro no quarto deito na cama e com o coração batendo forte espero você chegar.

Você surge na "janela verde"! Que alegria! Lindo, sorridente e com o olhar que me convence que sou amada.

Começamos a conversar sobre coisas da alma e do universo. Fazemos planos e sonhamos juntos.

Brindamos o nosso amor. Confidenciamos as coisas mais íntimas da nossa alma.

Momento mágico... Olho para o céu e os planetas confirma a nossa união.

Ouvimos músicas e com os olhos fechados você me abraça. Nossas almas dançam num compasso exaltando o mais sublime dom deixado por Deus o Amor.

Entramos a madrugada, mas é chegada a hora da despedida. O coração aperta, a saudade incomoda.

Consolo-me com um trecho da história da “Menina e do Pássaro Encantado” de Rubem Alves (...)

E então vejo meu amor partir através daquela "janela verde" assim como o pássaro encantado.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Mas não é preciso haver guerra nem nenhum perigo; nesta madrugada em que escrevo, quantas mulheres não estarão esperando os maridos?
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Aquela pequena luz acesa em um edifício distante é talvez o apartamento da mulher insone que já telefonou meio envergonhada para várias casas amigas perguntando pelo marido, que já olhou o relógio vinte vezes e tomou comprimido para dormir, ligou o rádio, tentou ler uma revista velha, fumou quase um maço de cigarros.
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Não importa que seja a esposa vulgar de um homem vulgar; e que no fim a história do atraso dele seja também completamente vulgar.
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Neste momento ela é a mulher esperando o homem;
e todas as mulheres esperando seus homens se parecem no mundo, e se ligam por invisível túnel de solidariedade que atravessa as madrugadas intermináveis.
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Todas: a mulher do pescador, a mulher do aviador, e a do revisor de jornal, a do milionário e a do ministro protestante...
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Devia haver um santo especial para proteger a mulher esperando o homem,
devia haver uma oração bem forte para ela rezar;
ela está desamparada no centro de um mundo vazio.
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Ela começa a odiar os móveis e as paredes;
a torneira da pia lhe parece antipática;
a geladeira, que aliás precisa ser pintada, é estúpida, porque ronca de repente e depois o silêncio é mais quieto.
A cama é insuportável.
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(...) A mulher que está esperando o homem está sujeita a muitos perigos entre o ódio e o tédio, o medo, o carinho e a vontade de vingança.
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(...)Porque a mulher que está esperando o homem
recebe a visita do Diabo, e conversa com ele.
Pode não concordar com o que ele diz, mas conversa com ele.
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* Rubem Braga
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