domingo, 16 de janeiro de 2011

A razão da vida / parte I

No dia quinze de janeiro de 2011 entro em um hospital com destino ao corredor da UTI, tentando a sorte de poder ver uma das pessoas mais importantes da minha vida. Peço humildemente a enfermeira para apenas dar uma olhadinha mesmo que de longe. A enfermeira compadecida da minha aflição concede-me a visita. Percorro os leitos e já quase irreconhecível vejo aquela senhora de cabelos branco e franzina que com noventa e dois anos luta pela vida. Aproximo-me seguro em sua mão e com a incerteza de ser ouvida digo:

_ Vovó?!

Com a voz abafada devido vários aparelhos monitorando sua respiração e com um olhar distante ela responde segurando minha mão:

_ Estou morrendo.

Não soube o que dizer, não havia o que dizer por mais que eu tentasse não conseguia organizar nenhuma frase que pudesse contrariar a sua afirmação.

Então a emoção falou por mim:

_ Vovó eu te amo!

Aproximei meu rosto do dela, quando ouvi um sussurro:

_ Eu também te amo!

Antes que as lágrimas rolassem em meu rosto me afastei.

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